Paulo Vanzolini: o compositor que deu nome a 15 espécies de animais
Paulo Vanzolini foi um dos maiores especialistas em repteis e anfíbios do mundo e compôs alguns dos maiores clássicos da música brasileira.
É possível ter muito talento em duas áreas completamente diferentes? Ser excepcional numa determinada atividade e igualmente fantástico em outra completamente distinta?
Alguns seres humanos ao longo da história provaram que tal feito é possível.
Brian May, guitarrista do Queen, é astrofísico e colaborador da NASA.
Sócrates, ex-jogador do Corinthians, era médico.
Leonardo da Vinci foi cientista, engenheiro, inventor, pintor, escultor, botânico, poeta e músico.
Existe até um nome pra chamar essas pessoas que têm inteligências múltiplas: polímatas.
O compositor que estamos falando agora, definitivamente tem inteligências múltiplas e eu tenho certeza que você conhece pelo menos uma música dele. Esse cara foi doutor pela universidade de Harvard, deu nome a 15 espécies de animais e se tornou um dos maiores especialistas do mundo em répteis e anfíbios.
Ao mesmo tempo, é o compositor dessas músicas:
Cuitelinho
Ronda
Volta Por Cima
O gênio por traz dessas canções e de muitas outras, é o zoólogo e compositor Paulo Vanzolini.

Paulo compôs mais de 70 músicas e foi gravado por artistas como Chico Buarque, Alcione, Elis Regina, Elza Soares e Paullinho da Viola.
Paulo Vanzolini na ciência
Apesar do imenso impacto na música brasileira, ele foi ainda mais importante pra nossa ciência.
Paulo Vanzolini foi um dos idealizadores da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e aumentou a coleção de répteis do Museu de Zoologia da USP de 1,2 mil para 230 mil exemplares.
Além disso, adaptou a Teoria dos Refúgios, o que revolucionou a compreensão da evolução dos vertebrados no Brasil.
Existem 15 espécies de animais nomeadas homenagem a ele, como por exemplo a Alpaida Vanzolinii, uma simpática aranha:

Paulo Vanzolini não tocava nenhum instrumento. Toda a sua extensa obra ele compôs cantarolando e batucando.
Depois que ele desenvolvia letra e melodia, passava aquele “esboço” para que um parceiro músico pudesse escrever a partitura da música.
O fato dele ser capaz de compor música complexas sem saber tocar um instrumento sequer, evidencia ainda mais sua genialidade.
E você aí pensando que não é possível ser muito bom em duas coisas né? É só nascer gênio!