BRT e VLT, a disputa não acabou
Os comerciantes da Couto Magalhães em Várzea Grande pediam que não se tivesse obras do BRT naquela via porque atrapalharia o comércio local
O assunto BRT e VLT sempre volta ao noticiário. O governo tomou uma decisão pelo BRT e afirma que tem recurso suficiente para implantar esse sistema. Só recordando, lá atrás, o caso passou pela ALMT que aceitou a mudança do VLT para BRT. Foram realizados encontros do chamado Consórcio do Vale do Rio Cuiabá que, pela maioria, concordou também com a mudança.

Já falou sobre essa mudança de VLT para BRT, o TCU que acreditava que podia opinar sobre isso porque seria assunto federal. O TCE entrou no STF alegando que o TCU não poderia fiscalizar a troca do modal. A Prefeitura de Cuiabá usará o TCU como mais um argumento sobre o assunto. Esse tema andou pelo TJMT, STJ e até mesmo pelo STF que derrubou a pretensão do TCU em impedir a mudança do modal.
O prefeito da capital defende o VLT, alguns acreditam que seja por opção sincera e outros achando que seria usar o tema para enfrentamento politico com o governador. Ou seja, todas aquelas decisões anteriores parece que não teve importância alguma.
Se o prefeito continuar nessa intransigência sobre o BRT, o governo poderia esperar a troca do mandatário municipal da capital na eleição do ano que vem. Com um novo prefeito não haveria tantos embates ou atropelos sobre a troca do modal.
No meio do caminho desse assunto, os comerciantes da Couto Magalhães em Várzea Grande pediam que não se tivesse obras do BRT naquela via porque atrapalharia o comércio local, principalmente nesse final de ano.
Aproveitando essa situação apareceu mais uma vez os descontentes com o BRT a falarem nessa ou naquela direção. O receio dos comerciantes tem em vista o que ocorreu na Avenida da FEB com as obras paralisadas ali desde antes da Copa de 2014.
Atrapalhou o comércio na avenida. Muitos comerciantes abandonaram a região. Daí o receio se a obra não fosse concluída na Couto Magalhães. O governo assume que a terminaria e tem recurso para isso.
Os comerciantes da Couto Magalhães, que tiveram seus pleitos atendidos agora, podem, se a obra não passar pela Couto Magalhães, perder e muito lá na frente. O BRT seria uma alternativa para se ter mais pessoas para comprar no comércio dali. Se hipoteticamente o BRT não passasse por ali eles vão perder no longo prazo.
Interessante nisso tudo é que o principal interessado no assunto, o povo que precisa de transporte de boa qualidade é que seria sacrificado lá na frente. Imaginemos que, por disputa política ou judicial, o BRT não seja mais uma vez concluído. Quem vai perder é o homem comum que precisa de transporte público.
O bom senso recomenda terminar a obra do BRT já que se tem decisão politica sobre o assunto e recurso garantido para terminá-la. Seria inacreditável que esse tema fosse ainda, depois de tantos anos de espera, levado para debate na eleição do ano que vem. O Brasil iria rir da gente.