Alfredo da Mota Menezes

Alfredo da Mota Menezes

Candidaturas, surpresas e confirmações

Botelho disse depois da derrota que foi um erro confiar em candidatos a vereador do seu grupo eleitoral

O resultado do primeiro turno da eleição em Cuiabá tem merecido muitos comentários em diferentes lugares. Um dos itens mais comentados no momento é sobre a participação dos vereadores na campanha dos candidatos. No caso de Eduardo Botelho os comentários aumentam muito.

“Vamos fiscalizar o executivo como nunca fizemos”, diz Botelho
Eduardo Botelho (Foto: TVCA)

Botelho disse depois da derrota que foi um erro confiar em candidatos a vereador do seu grupo eleitoral. E os números mostram essa realidade. Os vereadores, ao redor da candidatura do Botelho, tiveram cerca de 190 mil votos. Ele, Botelho, algo como 88 mil. Uma diferença de mais de 100 mil votos para as candidaturas a vereadores. Foram eleitos 18 vereadores na chapa do Botelho dos 27 eleitos. Um número expressivo e ele, candidato a prefeito, não foi para o segundo turno.

Abilio Brunini teve 68 mil votos a mais que os vereadores de sua chapa, elegeu quatro vereadores. Lúdio Cabral teve 90 mil votos e seus candidatos a vereadores 27 mil e elegeu quatro. Botelho elegeu muito mais vereadores que os dois candilados que vão á disputa no segundo turno.

Nessa análise incluíram o caso do Kalil Baracat em Várzea Grande. Ele teve 61 mil votos e os vereadores da chapa 109 mil. Foram eleitos 19 das 23 vagas.

Esse assunto nas duas eleições é sugestivo. Kalil e Botelho elegeram quase todos os vereadores e perderam as eleições. Ai aparecem ilações diferentes. Uma delas é que o vereador recebia recursos do fundo partidário ou da direção da campanha e ia fazer sua campanha e não da chapa completa. Se preocupava com sua eleição, não com a de prefeito. Aparece a frase do Botelho de que foi um erro confiar no trabalho dos vereadores. Fundo Partidário e Eleitoral, mais recurso direto da campanha e o candidato a vereador foi buscar sua eleição e não de chapa incluindo a majoritária candidatura.

Não se tem duvidas de que candidatura de agora para frente, aqui ou em Várzea Grande, esse aspecto será muito avaliado e estudado. Senão se repete o que ocorreu com o Botelho e o Kalil.

Alguns entendem também que na eleição em Cuiabá a polarização nacional, esquerda e direita, Lula e Bolsonaro, esteve presente. É preciso dizer que, de maneira geral, mostra a mídia nacional, na eleição pelo Brasil não houve tanta polarização entre esses dois lados. Que funcionou mais nas diversas eleições mais os assuntos locais do que a polarização em torno daqueles dois nomes.

Escapando dos casos de Cuiabá e Várzea Grande e dando uma viajada pelo estado se vê que a eleição teve vitórias maiores na região do agro para dois partidos. União Brasil e PL. Praticamente não tem a tal da polarização que se diz tanto. Foram eleitos muito mais gente da direita politica estadual.

Podem ser citados como vitoriosos daqueles dois partidos pelo estado os municípios de Sorriso, Campo Novo, Diamantino, Nova Ubiratan, Nova Mutum, Querência, Primavera, Paranatinga, Campo Verde, Campos de Júlio e Lucas do Rio Verde. No coração do agro estadual não se tem polarização esquerda e direita, a direita é a vencedora.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Alfredo da Mota Menezes , e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.