Itaicy e Totó Paes
A Usina de Itaicy foi uma construção com fim específico, com maquinários próprios para a produção de açúcar e álcool
Teve um encontro do agro na antiga usina de Itaicy. É a busca de uma aproximação com setores da imprensa e de publicações que trabalham com o agro, aqui e fora do estado. Mostram o trabalho que vem sendo realizado e que se procura obedecer regras de produzir sem destruição ambiental. O exterior anda falando que deixaria de comprar bens do campo do Brasil se não se respeita regras ambientais.

Pegando o gancho do encontro na Itaicy, um pouco sobre a história do empresário que foi o dono inicial dessa antiga usina de produção de açúcar e álcool.
Ela começou a funcionar em 1897, às margens do Rio Cuiabá. Seu dono era Antonio Paes de Barros, mais conhecido como Totó Paes. A usina vai funcionar até 1957. Uma construção com fim específico, com maquinários próprios para a produção de açúcar e álcool. Tudo a vapor e que, para a época, era algo muito sofisticado.
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O personagem, dono desse empreendimento, marcou a história de Mato Grosso. Totó Paes não era homem da política, por circunstâncias do momento foi eleito governador do estado com apoio de gentes importantes da política estadual como Joaquim Murtinho e Generoso Ponce. Os dois eram até adversários políticos, mas juntaram para a eleição de alguém que despontava forte na área empresarial, Totó Paes.
Totó Paes no governo vai tomar caminho que não agradou aos donos do poder no estado naquela época. Ele se junta ao presidente Rodrigues Alves. Joaquim Murtinho, homem forte no Rio de Janeiro, fora inclusive Ministro da Fazenda do governo Campos Sales, não gostou dessa aproximação. Era outro o grupo politico dele no Rio.
Totó Paes foi em frente com sua ousadia politica. Logo MT caminharia para mais uma “revolução”. Eram os grupos políticos, aqui e pelo Brasil afora, se acomodando ou buscando espaço depois da proclamação da República. Um momento totalmente novo depois de 1889, em Mato Grosso não era diferente.
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É de supor que Totó Paes vislumbrou um espaço e que ele não se submeteria aos caciques políticos da época e formaria seu próprio grupo politico Os donos da politica no estado não gostaram dessa movimentação diferente.
Perderiam poder, incluindo nomeações de pessoas para cargos públicos no estado ou no Rio de Janeiro. E nomear gentes era, e talvez ainda seja, uma das maiores armas do poder no estado. Se hoje é importante nomear correligionários para cargos públicos imagine num MT ou numa Cuiabá em que os empregos eram escassos. Perder esse espaço era perder na politica.
Foram para um enfrentamento armado e numa das refregas morreu Totó Paes. Rodrigues Alves mandou soldados para ajudar Totó Paes. Chegaram depois da morte do governador. Se chegassem antes a política em MT teria sido outra porque os que derrotaram Totó Paes tomam conta dela até a década de 1960. Se Totó Paes fosse o vencedor a história seria outra, se pode especular.