Doação de órgãos eterniza vida de homem que infartou ao ver enteado morto

Os órgãos foram para o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e também ficaram em Campo Grande

Um coração tão sensível não poderia parar de bater sem uma missão tão sublime. Antônio Medina, 59 anos, jardineiro que morreu após sofrer um ataque cardíaco ao ver o corpo do enteado, deixa legado ao salvar outras vidas num último ato de coragem e humanidade de sua passagem pela Terra.

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Antônio Medina, jardineiro que doou seus órgãos (Foto: Reprodução)

Seus órgãos foram doados e se tornaram a primeira captação realizada no ano pelo HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). Nesta segunda-feira (6), a CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes) captou o fígado, os dois rins e as duas córneas do paciente.

Ele foi internado no sábado (4) e morreu na manhã seguinte. Com morte encefálica, houve possibilidade de doar os órgãos. As córneas foram para Santa Casa de Campo Grande. O fígado também fica em Mato Grosso do Sul, já os rins serão enviados a pacientes do Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

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O coordenador da comissão, médico Ivair Ximenes Lopes Júnior, explica que a família só é abordada sobre o tema quando a morte encefálica é definitivamente constatada. Antes, os familiares são acolhidos e toda a abordagem é feita de forma humanizada.

“Neste caso, vamos modificar cinco vidas com a doação de uma pessoa. A doação de órgãos traz sobrevida e melhora a qualidade de vida de um paciente que, às vezes, está ligado a uma máquina de diálise ou sem enxergar por conta de um problema na córnea”.

História

Antônio sofreu um ataque cardíaco ao ver o enteado, Henrique Pena, morto. O corpo foi encontrado no Córrego Lagoa, na avenida Ernesto Geisel, região do bairro Tijuca. Diante da cena, o coração do jardineiro não aguentou.

Como os bombeiros já estavam no local, o atendimento ocorreu imediatamente. Antônio foi reanimado e encaminhado ao HRMS, porém, menos de 24 horas depois, morreu. Antes de passar mal, ele chegou a contar à imprensa que o enteado estava desaparecido há 15 dias.

Doação de órgãos

Tem interesse em salvar outras vidas? A vontade de doar os órgãos deve ser manifestada à família ainda em vida, pois são os familiares os responsáveis por autorizar o ato. Existe uma fila de pessoas que precisam de transplante de órgãos para viver.

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