Entre dores e sorrisos: a realidade de seu Ercílio e o alzheimer
Cerca de 55 milhões de pessoas convivem com a doença no mundo, e no Brasil, são cerca de dois milhões
O alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e sua forma mais avançada é a demência. A rotina na casa do seu Ercílio Pereira, de 74 anos, mudou drasticamente desde que ele recebeu o diagnóstico em 2023.

A filha, Zenilda Diniz, conta a dor de ver o pai sem condições de andar e falar. Ela relata que a situação evoluiu rapidamente, contrariando as expectativas.
“Foi tudo muito rápido! Quando nós pensávamos que ia ser lento, o médico deu o diagnóstico ‘olha está acelerado e todo o processo vai ser muito rápido então aproveitem o tempo cuidem com amor porque tudo será muito muito difícil’ e de fato as coisas mudaram muito. Ele quase não fala, foi muito silencioso! Ele sente muitas dores no corpo todo e isso exige o que um cuidado diário e constante”, afirma.
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O médico avisou que o processo seria acelerado, alertando a família para aproveitarem o tempo juntos e cuidarem dele com amor, pois os desafios seriam enormes.
O amor em família é o ingrediente essencial nesse contexto, segundo a filha Zenilda. Além disso, a rotina envolve gestos simples, como fazer massagem nos pés do pai, que ainda demonstra prazer com esses momentos de carinho.
O fisioterapeuta visita a casa três vezes por semana, mas Zenilda faz questão de dedicar mais o amor e a atenção ao pai.
Dados
Conforme a Organização Mundial de Saúde, cerca de 55 milhões de pessoas convivem com a doença no mundo, e no Brasil, são cerca de dois milhões. A cada três segundos, um novo caso de Alzheimer é diagnosticado.
O psiquiatra Fernando de Freitas Monteiro explica que o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente os idosos, provocando uma degradação progressiva das funções cerebrais, especialmente memória e linguagem. As causas ainda não são totalmente compreendidas, mas fatores como idade avançada, predisposição genética e estilo de vida sedentário aumentam o risco de desenvolvimento da doença.
Zenilda, por sua vez, destaca que cada dia traz um aprendizado diferente e que, mesmo em meio à dor, há espaço para momentos de alegria. Para ela, um sorriso do pai é motivo de celebração, e viver um dia de cada vez tem sido a chave para enfrentar essa nova realidade.
“Tem sempre aquela alegria. Num dia que ele levanta e consegue dar um sorriso, a gente diz, oh, hoje ele está aqui. Então, já é bom! Tem sido um dia de cada vez. Essa é a verdade, um dia de cada vez”, conta.