Geração dos Baby Boomers - Estabilidade e Consumo

Os filhos desse período viveram em busca de segurança e estabilidade profissional. Exerciam trabalhos duros e exploravam exageradamente os recursos naturais, em prol de um consumo, muitas vezes desenfreado

Como afirmamos antes, desde a década de 40 do século passado, estamos catalogando e estudando as diferentes gerações. A primeira delas, sobre a qual teceremos algumas considerações desde já, é a Geração Baby Boomers, aquela formada pelo grupo de pessoas nascidas aproximadamente entre 1946 e 1964. (Veja o vídeo no final da reportagem)

Esse período, iniciado no pós-guerra, contou com o aumento substancial na taxa de natalidade, um fenômeno demográfico conhecido como “baby boom”.

Geração dos Baby Boomers. (Foto ilustrativa criada por Inteligência Artificial)
Geração dos Baby Boomers. (Foto ilustrativa criada por Inteligência Artificial)

Foram anos em que houve grande impacto econômico, social e cultural da sociedade. Apesar da guerra recém-terminada, com grandes prejuízos financeiros à maioria das nações, foi um período de grande prosperidade econômica e melhora das condições de vida.

As famílias, após as barbaridades da guerra, almejavam um futuro de paz e melhor para os filhos e os estimulavam à educação e ao trabalho.

A indústria naquela época continuava a crescer e o trabalho administrativo dentro dos escritórios tinha grande ascensão. Ocorreu um número considerável de movimentos pelos direitos civis e sexuais, que foram amplamente conseguidos nessa época.

Os filhos desse período viveram em busca de segurança e estabilidade profissional. Exerciam trabalhos duros e exploravam exageradamente os recursos naturais, em prol de um consumo, muitas vezes desenfreado.

Os chamados boomers ficaram conhecidos pelo serviço difícil, estabilidade profissional, lealdade e ética no trabalho; tinham segurança financeira e constituíam famílias tradicionais. Foi a geração de grandes mudanças sociais, com defesa de igualdade e justiça, por meio de diversos movimentos como o de direitos civis, contracultura, revolução sexual, feminismo e protestos contra a Guerra do Vietnã.

A ideia do sonho americano, em busca de ascensão social por meio da educação e trabalho duro, era almejada por jovens brasileiros e de outros países, com otimismo, ambição e grande consumismo.

A aquisição de bens materiais, como imóveis e automóveis, passou a ser uma questão de avalizar uma trajetória bem-sucedida, evidenciada nas promoções trabalhistas e nos aumentos salariais, desde que a isso se associasse a estabilidade profissional e o conforto proporcionado pelos proventos oriundos do trabalho.

Essa geração viveu a ascensão e queda da indústria, esta última em consequência da globalização com modificações na operacionalidade industrial. Esse fato não deixou de trazer alguns prejuízos para representantes dos boomers.

O avanço da medicina permitiu a essa geração uma maior expectativa de vida e mais qualidade de vida. Por outro lado, o maior tempo de sobrevivência dos boomers fez que doenças crônicas e, muitas vezes, incapacitantes, próprias de idades mais avançadas, surgissem e acometessem essa geração. O desenvolvimento médico, por sua vez, atenua este ponto negativo, uma vez que tais doenças são hoje parcialmente controladas, ou têm seu curso desacelerado, mas ainda longe da cura.

Outra dificuldade, parcial ou totalmente vencida, foi o uso da tecnologia, com dificuldades iniciais no manejo tecnológico, diferentemente do jovem que já nasceu na era digital. Hoje, porém, os baby boomers estão bem adaptados a computadores, notebooks e smartphones, utilizando a contento essas tecnologias, mostrando disposição para enfrentar mudanças.

Os baby boomers, com certeza, constituem uma geração que operou e ainda opera mudanças sociais importantes, com maior igualdade e inclusão social. Apesar disso as críticas surgiram, tendo em vista o prejuízo ao meio-ambiente e o grande consumo dessa geração, com reflexo negativo na economia global. Outro problema a ser solucionado é que com a maior expectativa de vida, aumenta o número de idosos aposentados e seu consequente impacto na política econômica do país.

Os problemas de saúde mental, como depressão e processos demenciais, nessa faixa etária, são quantitativamente maiores, havendo necessidade de abertura de mais programas assistenciais especializados para as pessoas que compõem essa geração, que, com seu ativismo e experiência, desfrutam de importantes posições na história social e econômica dos novos tempos.

Coluna Saúde Mental. Marcos Estevão.

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Saúde Mental, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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