Nova vacina X reforço recente

Novamente vivemos um novo aumento dos casos de COVID-19 associado mais uma vez a uma nova variante. Imersos em elevação e redução de casos desde 2020, podemos olhar de maneira retrospectiva e entender o quanto as vacinas fizeram uma grande diferença na redução do risco para hospitalização e óbito. No mundo em 2021, durante o […]

Novamente vivemos um novo aumento dos casos de COVID-19 associado mais uma vez a uma nova variante. Imersos em elevação e redução de casos desde 2020, podemos olhar de maneira retrospectiva e entender o quanto as vacinas fizeram uma grande diferença na redução do risco para hospitalização e óbito. No mundo em 2021, durante o pior momento da pandemia, e ainda no início da vacinação, tivemos mais de 14 mil óbitos diários. Hoje, depois de quase dois anos da vacinação, temos aproximadamente, mil óbitos diários no mundo. Uma redução de 14 vezes graças à ciência e um esforço mundial para disponibilizar rapidamente imunizantes seguros e eficazes à toda população.

Vacina; vacina contra covid-19; vacinação (Foto: João Carlos Corrêa)
Vacina contra covid-19 (Foto: João Carlos Corrêa)

Apesar de todo esse avanço, não podemos normalizar mais de mil óbitos diários no mundo. O número de óbitos continua superior aos óbitos associados à Influenza em todo ano de 2022; é urgente a necessidade de reduzir ainda mais esse risco de óbito. E como poderemos fazer isso? Acredito que através de 2 estratégias principais: Intensificar a vacinação principalmente nos grupos com esquema vacinal incompleto e garantir acesso aos antivirais para COVID-19 que já estão sendo utilizados em outros países.

Temos baixas coberturas de segunda dose de reforço na população acima de 40 anos e primeira dose de reforço nas pessoas abaixo de 40 anos. Além disso, ainda não temos o quantitativo adequado para vacinar as crianças de 6 meses a 5 anos. Dados do Ministério da Saúde demonstram claramente um aumento expressivo de internações em UTIs de pessoas acima de 40 anos sem segunda dose de reforço. Nos Estados Unidos temos esse mesmo perfil, com aumento expressivo de internações em maiores de 70 anos sem esquema vacinal completo e com a última dose há mais de 6 meses. É prioritário que ações estratégicas em saúde mirem essa população além da aquisição de quantitativos necessários para as crianças acima de 6 meses.

No último boletim da Secretaria do Estado do Mato Grosso do Sul, dos 7 óbitos, 6 estavam na faixa etária maior de 40 anos, possuíam comorbidades e não tinham a segunda dose de reforço.
Para a manutenção da proteção da vacina, é muito importante que todos os idosos e imunossuprimidos tenham uma vacina recente ministrada nos últimos 6 meses uma vez que sabidamente esse grupo apresenta queda mais rápida da proteção. Além disso, para esse mesmo grupo é fundamental garantir acesso a antivirais em quantitativo suficiente.

Teremos vacinas atualizadas em breve no Brasil com maior proteção à nova variante da Ômicron; Isso muito nos anima e mostra a eficiência na adequação e produção dos imunizantes para atender os novos desafios da COVID-19. Todavia, até o momento temos poucas evidências destas novas vacinas em relação a maior proteção para hospitalização e óbito quando comparada aos atuais imunizantes.

Aguardar a nova vacina chegar para realizar o reforço não é uma escolha inteligente. A nova onda está aí com aumento expressivo de casos e consequentemente com novo aumento de óbitos. O grupo de maior risco segue sendo idosos e imunodeprimidos, e para estes o alerta é: se você já tem mais de 6 meses desde a última dose tem risco elevado de hospitalização e óbito e deve realizar o reforço imediatamente. Quando estiver disponível, idosos e imunossuprimidos serão grupos prioritários para receber a nova vacina atualizada e muito provavelmente será ofertada junto com a campanha da Gripe. Dessa forma, se proteja agora e daqui a 3-4 meses receba sua vacina atualizada junto com a vacina de Influenza. Se seguirmos a recomendação da ciência estaremos mais protegidos e evitaremos muitas hospitalizações e óbitos. Tema a doença, não a vacina.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Saúde em Evidência, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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