Prefeitura anuncia medidas emergenciais para enfrentar crise na saúde

Prefeita afirma que está intensificando as medidas de contingência para reduzir a sobrecarga nas unidades de saúde

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), se reuniu com representantes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), vereadores e a Defensoria Pública para discutir a superlotação e o colapso no atendimento das unidades de saúde da Capital.

Reunião para debater medidas emergenciais (Foto: Arquivo/TV Morena)
Reunião para debater medidas emergenciais (Foto: Arquivo/TV Morena)

A Prefeitura afirma que está intensificando as medidas emergenciais de contingência para reduzir a sobrecarga nas unidades e busca recursos federais para aumentar os repasses a hospitais e clínicas que prestam serviços de média e alta complexidade ao município.

Medidas emergenciais

A Secretaria Municipal de Saúde informou que contratou mais médicos e implementará um protocolo de segurança para os atendimentos, visando evitar episódios de violência dentro das unidades. A pasta também prometeu ampliar as equipes, mas, enquanto isso, o cenário continua crítico.

O plano de contingência foi apresentado a vereadores e representantes de outras instituições durante a primeira reunião do ano do Centro de Operações de Emergências de Saúde Pública.

Adriane Lopes destacou que está intensificando as medidas emergenciais com a mobilização de 36 equipes móveis e a destinação de mais médicos para reforçar o atendimento nas unidades.

Além da reorganização das equipes médicas, a Prefeitura anunciou a avaliação contínua dos pacientes e a criação de protocolos de segurança para orientar profissionais de saúde em situações de risco.

Um dos exemplos recentes ocorreu na terça-feira (1º), quando um atendimento na UPA do bairro Coronel Antonino se transformou em caso de polícia.

Cenário epidemiológico

Durante a reunião, as autoridades de saúde apresentaram o atual panorama das doenças respiratórias e arboviroses, que vêm impactando o sistema público de saúde.

Segundo a Sesau, em 2025 foram notificados 562 casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), sendo 42 de Influenza. No mesmo período, ocorreram 38 óbitos. No ano passado, houve 715 notificações e 65 mortes.

Em relação às arboviroses, foram registrados 1.300 casos de dengue e 16 de chikungunya, sem óbitos. Em 2024, no mesmo período, foram 6.300 notificações e uma morte confirmada. Apesar da redução, a gravidade e a rapidez das notificações preocupam as autoridades de saúde.

Falta de leitos

A Prefeitura afirma investir 36% do orçamento municipal em saúde, um índice 21% superior ao obrigatório. No entanto, ainda há um déficit significativo para custear atendimentos de média e alta complexidade.

A secretária de Saúde, Rosana Leite, informou que está negociando recursos junto aos governos estadual e federal para ampliar os repasses a hospitais e clínicas conveniadas.

Segundo ela, o aumento do teto para gastos com esses procedimentos foi aprovado pelo Ministério da Saúde no ano passado.

Dos R$ 776,6 milhões destinados às instituições conveniadas com a Prefeitura, 67% dos recursos vêm do governo federal, 17% do Estado e 16% do município.

Atualmente, Campo Grande conta com 1.300 leitos contratados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas há pelo menos 213 pacientes, entre adultos e crianças, aguardando vaga.

De acordo com a Defensoria Pública, a falta de leitos tem levado ao aumento de ações judiciais. Em fevereiro, foram ajuizadas 55 ações, enquanto em março esse número subiu para 90, um crescimento de 64%.

Superlotação

As UPAs de Campo Grande continuam enfrentando uma grave crise de superlotação. Pacientes relatam que a quantidade de médicos nas unidades é insuficiente para atender à demanda, resultando em longas filas e esperas exaustivas, principalmente para pais com crianças.

Na noite de terça-feira (1º), por exemplo, a UPA Universitário registrou lotação pouco depois das 18h, obrigando alguns pacientes a esperar do lado de fora da unidade.

Diante desse cenário, a Prefeitura e a Sesau reforçam que novas medidas emergenciais serão adotadas nos próximos dias para minimizar os impactos da crise e melhorar a qualidade do atendimento à população.

FALE COM O PP

Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso do Sul, mande uma mensagem pelo WhatsApp. Curta o nosso Facebook e nos siga no Instagram.

Leia também em Saúde!

  1. Mulher gestante

    Violência obstétrica: saiba como denunciar práticas abusivas em MS

    A violência obstétrica são as condutas violentas com as mulheres em processo...

  2. Marco Aurélio

    “Aprendi a viver com a solidão”: a luta de um pai solo com filho autista

    Deir, pai solo de um filho autista, luta sozinho por políticas públicas...

  3. imunidade

    Nutricionista revela combo para turbinar imunidade

    Nutricionista explicou quais alimentos ajudam a reforçar a imunidade, diante da instabilidade...

  4. Mutirão de cirurgias eletivas começam nesta quinta-feira (4). (Foto: Luiz Alves/ Ascom)

    MP investiga sobrecarga de trabalho e mortes no Pronto Socorro de Cuiabá

    A investigação foi motivada por relatos de servidores e reportagens da mídia...

  5. Raio-X das UPAs: pacientes expõem demora e corre-corre atrás de médico

    As Unidades de Pronto Atendimento de Campo Grande enfrentam uma crise de...