Pressão arterial 12 por 8 é alta? Agora é considerada elevada; entenda

A mudança têm como objetivo intensificar o tratamento em estágios iniciais, para que a pressão arterial que dentro da meta

Desde o mês passado, novas diretrizes para diagnóstico de hipertensão são seguidas por médicos de todo mundo. Agora, a pressão “12 por 8”, que até então era normal, já é considerada elevada e exige tratamento mais intenso.

Vem que o Primeira Página te explica o porquê e quais os novos procedimentos.

pressaoarterial
Desde de setembro pressão tem valores diferentes (Foto: FreePik)

No início de setembro, médicos do mundo inteiro se reuniram em Londres, no Reino Unido, para participar do Congresso Europeu de Cardiologia.

Durante o evento, produziram um documento para guiar critérios de diagnóstico e tratamento da pressão alta; nele introduziram uma nova categorização dos pacientes e recomenda um tratamento mais intenso logo nos primeiros estágios da doença.

As novas diretrizes europeias são:

  • Pressão arterial não elevada: abaixo de 120 por 70 milímetros de mercúrio (mmHg) — o popular “12 por 7”.
  • Pressão arterial elevada: entre 120 por 70 mmHg e 139 por 89 mmHg (de 12 por 7 a “quase” 14 por 9).
  • Hipertensão arterial: maior que 140 por 90 mmHg (acima de 14 por 9).

Esses números levam em conta a medida da pressão feita no consultório, por um especialista. Por isso, o ideal é que a pressão fique em “12 por 7”.

Até então, os cardiologistas costumavam dividir esses índices em seis categorias:

  • Ótimo (abaixo de 120 por 80 mmHg),
  • Normal (entre 120 por 80 e 129 por 84 mmHg),
  • Pré-hipertensão (entre 130 por 85 e 139 por 89 mmHg)
  • Hipertensão estágio 1(entre 140 por 90 e 159 por 99 mmHg)
  • Hipertensão estágio 2 (entre 160 por 100 e 179 por 109 mmHg) e
  • Hipertensão estágio 3(acima de 180 por 110 mmHg)

A simplificação dos termos e a criação de uma nova categoria clínica — “pressão arterial elevada” — têm como objetivo intensificar o tratamento em estágios iniciais, para que a pressão arterial fique dentro da meta especialmente entre pessoas com risco aumentado de doenças cardiovasculares.

Segundo o professor da Universidade McGill, no Canadá, Rhian Touyz, um dos responsáveis pelas novidades, “os riscos associados ao aumento da pressão arterial começam quando os níveis da pressão sistólica [o primeiro número da fórmula] ainda estão abaixo de 120 mmHg”, por isso a importância de um tratamento antecipado.

O descontrole da pressão arterial é o principal fator de risco por trás de infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

A mudanças na prática?

Para aqueles que estão com a pressão arterial não elevada, vida normal: não é preciso fazer nada em específico.

Já para os que caíram na categoria “pressão elevada” — quando os números ficam entre 120 por 70 e 139 por 89 mmHg — a recomendação da nova diretriz é passar pela chamada “estratificação de risco”.

Em resumo, o médico vai avaliar uma série de indicadores de saúde para estimar a probabilidade de o indivíduo sofrer algum desfecho cardiovascular mais grave (como infarto ou AVC).

Na hora de fazer essa conta, os especialistas consideram questões como o diagnóstico de outras doenças cardíacas ou a presença de outras enfermidades crônicas, como diabetes tipo 2, colesterol elevado e obesidade.

Se o risco de o paciente sofrer algum desfecho cardiovascular nos próximos dez anos ficar abaixo de 5%, a recomendação é promover uma série de mudanças de estilo de vida e reavaliar a pressão arterial em um ano.

Agora, se esse risco superar os 10%, o documento europeu indica fazer as mudanças de estilo de vida e, após três meses, iniciar o tratamento medicamentoso para os indivíduos cuja pressão seguir acima de 130 por 80 mmHg.

Já para o grupo em que risco varia entre 5 e 10%, o médico deve considerar fatores relacionados à etnia, sexo, de privação socioeconômica, doenças autoimunes, entre outros, para definir o melhor caminho — testar as mudanças de estilo de vida por um ano ou fazer uma reavaliação após três meses para checar a necessidade de entrar com os remédios.

Para os hipertensos, é necessário começar um tratamento medicamentoso, além de incentivar uma série de mudanças no estilo de vida — sobre as quais falaremos adiante — para diminuir o risco de vários problemas de saúde.

(Informações da BBC)

FALE COM O PP

Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso do Sul, mande uma mensagem pelo WhatsApp. Curta o nosso Facebook e nos siga no Instagram.

Leia também em Saúde!

  1. Mulher gestante

    Violência obstétrica: saiba como denunciar práticas abusivas em MS

    A violência obstétrica são as condutas violentas com as mulheres em processo...

  2. Marco Aurélio

    “Aprendi a viver com a solidão”: a luta de um pai solo com filho autista

    Deir, pai solo de um filho autista, luta sozinho por políticas públicas...

  3. imunidade

    Nutricionista revela combo para turbinar imunidade

    Nutricionista explicou quais alimentos ajudam a reforçar a imunidade, diante da instabilidade...

  4. Reunião para debater medidas emergenciais (Foto: Arquivo/TV Morena)

    Prefeitura anuncia medidas emergenciais para enfrentar crise na saúde

    Reunião entre a prefeitura e representantes da saúde de Campo Grande debateu...

  5. Mutirão de cirurgias eletivas começam nesta quinta-feira (4). (Foto: Luiz Alves/ Ascom)

    MP investiga sobrecarga de trabalho e mortes no Pronto Socorro de Cuiabá

    A investigação foi motivada por relatos de servidores e reportagens da mídia...

  6. Raio-X das UPAs: pacientes expõem demora e corre-corre atrás de médico

    As Unidades de Pronto Atendimento de Campo Grande enfrentam uma crise de...