Aluno relatou falta de ar antes de morrer em treinamento de bombeiros em MT
Segundo relatos de bombeiros à Polícia Civil, Lucas Veloso Perez, de 28 anos, disse estar com falta de ar durante o treinamento na Lagoa Trevisan e, minutos depois, o aluno afundou na água
Antes de morrer durante um treinamento do Corpo de Bombeiros em Cuiabá, na manhã desta terça-feira (27), o aluno Lucas Veloso Perez, de 28 anos, relatou estar sentindo falta de ar enquanto tentava mergulhar na Lagoa Trevisan, na região metropolitana da Capital.
O Primeira Página conversou com o delegado Nilson Farias, que deu detalhes sobre a morte de Lucas. Assista abaixo:
Suposto mal súbito
Durante o treinamento do curso de formação de soldados, na Lagoa Trevisan – que era voltado para o salvamento de vítimas durante situações de afogamento – Lucas teria dito que estava sentindo falta de ar, segundo o delegado.
Em depoimento à Polícia Civil, bombeiros, que estavam presentes no local, informaram que o aluno tentou se agarrar em um equipamento de apoio, mas acabou perdendo as forças e afundou na água.
Foi então que um capitão que estava presente conseguiu retirar Lucas da água e levá-lo, em um barco, até as margens da lagoa – onde uma manobra de reanimação cardiopulmonar foi feita no aluno.
Ainda em parada cardíaca, como afirma o delegado, Lucas foi encaminhado ao hospital H-Bento, na Capital. Na unidade, equipes médicas ainda tentaram uma nova manobra de reanimação, mas a morte de Lucas foi confirmada.

O corpo do jovem foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), onde deve passar por exame de necropsia para esclarecer a causa da morte.
Os alunos e treinadores que estavam no local serão ouvidos pela polícia – que trata o caso como uma fatalidade.
Situação no hospital
O Primeira Página esteve no hospital cuiabano, para onde o aluno foi encaminhado. No local, um grupo de cerca de sete pessoas, envolvendo bombeiros militares e alunos – ainda com uniformes de treinamento – aguardavam a liberação do corpo de Lucas.
Um dos alunos, com o uniforme molhado, aguardava em uma sala do hospital.
Vítima era de outro Estado
Conforme o delegado, Lucas era natural de Caiapônia, em Goiás e não possuía familiares em Mato Grosso. Entretanto, o tempo em que ele residia no estado mato-grossense não foi informado.

Outro lado
Em nota, a Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública) informou que foi informada pelo Corpo de Bombeiros sobre a morte do aluno do Curso de Formação de Soldados e um procedimento administrativo foi aberto para apurar as circunstâncias do ocorrido.
Além disso, que está prestando atendimento à família do aluno.
Por meio de nota enviada à reportagem nesta quarta-feira (28), a ACS-MT (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros) de Mato Grosso lamentou a morte do militar e se solidarizou com a família e amigos do jovem.
“Recebemos com muita tristeza a informação da perda do militar, que tinha o sonho de construir carreira e salvar vidas das pessoas que fazem parte de nossa sociedade. A equipe de instrutores e alunos também estão muito abalados com o que houve e estamos também dando o suporte necessário neste momento”, lamentou o presidente da Associação, sargento Laudicério Machado.
Conforme a Associação, desde a comunicação do fato, ofereceu amparo à equipe de instrutores e acompanha de perto a apuração dos fatos.
“Sabemos de todo preparo técnico dos instrutores e do aparato de segurança para que os treinamentos ocorram com todo zelo possível para formação de bons profissionais. O Aluno Soldado BM Lucas Veloso recebeu todo socorro necessário, mas, infelizmente, houve esta fatalidade.
Os instrutores/monitores associados ao comunicar a este representante associativo, relataram que o aluno já tinha feito treinamentos anteriores na lagoa. Iniciou a aula bem, como de costume, mas ao tomar posse do equipamento “flutuador”, foi perguntado se estava em condições de finalizar a atividade e ao entender que poderia, foi continuado.
No momento em que ele afundou, imediatamente foi resgatado a iniciadas as manobras necessárias para retirá-lo da água e reanimação. Entre a remoção da lagoa até a chegada ao hospital, ele recebeu o atendimento adequado, contudo, não houve sucesso em reanimá-lo.
Aparentemente, ele sofreu um mal-súbito, mas vamos acompanhar a apuração e esperar o resultado da perícia para saber a real causa da morte. Sabemos que foi feito todo o possível. A ACS/MT acompanha as investigações e espera a breve elucidação dos fatos”, diz trecho da nota enviada à reportagem.
Comentários (2)
A falda de empatia pela vida poe em risco a vida das testemunhas sera que vao se afogar tbem? E patetico q uma instituição que tem o dever de salvar vida deixe seus alunos morrer em treinamento nao de hoje que nao respeitam os limites de um corpo. Que seculo que essa gente vive?ate quando ministério público os familiares ja formalizaram denúncias contra essas atrocidades. Pq a pergunta da sociedade é ate quando?eu como mae nao ficaria feliz em entregar meu filho bem sem saber se volta.
Não vejo fatalidade, vejo um crime, pelas reclamações de torturas, caldos e mortes ali tá mais é pra terror, como pode uma instituição que se diz formação, instrução, matar pessoas deixar as pessoas marrerem ou quase morrer, isso não é preparação física ou defesa corporal ,são mal alimentados etc.