Casal de MS que explorava adolescentes tenta comprar silêncio com ida a resort

Segundo a Polícia Civil, casal de Bataguassu tentou impedir que meninas comparecessem a audiência de instrução, nesta quarta, em inquérito sobre exploração sexual

Casal acusado de explorar adolescentes de forma sexual tentou impedir que grupo de meninas, com idades entre 14 e 18 anos, prestasse depoimento em audiência de instrução, nesta quarta-feira (13). Para garantir o silêncio das vítimas e sabotar o plano da Justiça, os acusados tentaram levá-las de Bataguassu para São Paulo.  

Policias que participaram do cumprimento de mandados de busca e apreensão em Bataguassu (Foto: Divulgação)
Policias que participaram do cumprimento de mandados de busca e apreensão em Bataguassu (Foto: Divulgação)

Investigação da Polícia Civil descobriu que os acusados haviam planejado subornar as adolescentes com R$ 2 mil e uma viagem para parque aquático no estado paulista.  

Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas casas dos acusados, e no comércio de um deles, a polícia encontrou bilhetes e apreendeu telefones com conversas que comprovam a tentativa de afastar as meninas da cidade, nesta quarta.

Audiência que deve durar o dia todo começou por volta das 9 da manhã, no Fórum de Bataguassu.  

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“São de sete a oito réus e 10 testemunhas para falar. A audiência será longa”, destacou a delegada Izabela Borin Favoreto.  

Ainda segundo ela, como o caso envolve menores de idade, tudo é tratado sob sigilo. Porém, a reportagem apurou que entre os suspeitos de contratar programa sexual com adolescentes, estão pessoas conhecidas na cidade, como empresários e até ex-políticos.  

O crime 

A investigação começou em 2022 e descobriu que a rede de prostituição era liderada por duas pessoas, que mantinham um “cardápio’ de meninas e ofereciam aos clientes, tudo de forma virtual.  

Quando um programa era combinado, as meninas eram levadas até um ponto de encontro, geralmente motéis, ranchos e outros estabelecimentos.  

“O valor do programa era R$ 250, R$ 50 ficavam com o casal”, explicou a delegada. “O casal procurava meninas de baixo poder aquisitivo, que precisavam do dinheiro, inclusive, muitas delas já tinham filhos”.  

Ainda segundo Izabela, a mulher acusada de organizar os programas sexuais já foi condenada pelo mesmo crime, mas como está em fase de recurso, aguardava decisão da Justiça em liberdade.  

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