“Cavalo doido”: traficante é preso com 2 toneladas de maconha em caminhonete

Apreensão aconteceu na BR-262, região do Indubrasil, quando o traficante chegava a Campo Grande

Mais de duas toneladas de maconha dentro de uma caminhonete L200 Triton foram apreendidas em uma ação conjunta entre PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico). A droga, conhecida no meio policial como tipo A, abasteceria bocas de fumo em Campo Grande. Dois homens de 26 anos foram presos.

Tabletes de maconha apreendidos na BR-262, região do Indubrasil, em Campo Grande (Foto: Geisy Garnes)
Tabletes de maconha apreendidos na BR-262, região do Indubrasil, em Campo Grande (Foto: Geisy Garnes)

A apreensão dessa segunda-feira (24) aconteceu na BR-262, região do Indubrasil, já quando o traficante chegava a capital de Mato Grosso do Sul.

Conforme o delegado Hoffman D’Avila Candido de Souza, os policiais receberam informação sobre um novo carregamento que chegaria a Campo Grande e por isso as equipes foram para a rodovia. Montaram uma barreira e esperaram o veículo suspeito se aproximar. Não demorou muito para a L200 Triton aparecer.

Os policiais deram ordem de parada ao motorista, mas ele não parou. Pelo contrário, jogou a caminhonete contra as viaturas e fugiu em alta velocidade. Algumas crianças brincavam perto das equipes e foram colocadas em risco durante a manobra. Na tentativa de impedir que o suspeito escapasse, os policiais dispararam contra os pneus.

Sem ter como continuar a fuga de caminhonete, o suspeito abandonou a carga de maconha e tentou correr para o matagal às margens da rodovia. Foi perseguido e capturado.

Preso, o rapaz confessou que essa era a sétima vez que transportava drogas e desta vez, receberia R$ 2 mil para levar os tabletes de maconha de Antônio João até Campo Grande. Ele ainda contou que era “guiado” por um rapaz que estava em um Fiat Mobi. O segundo suspeito também foi interceptado e preso.

Caminhonete L200 Triton carregava mais de duas toneladas de maconha quando foi interceptada na BR-262, região do Indubrasil, em Campo Grande (Foto: Geisy Garnes)
Caminhonete L200 Triton carregava mais de duas toneladas de maconha quando foi interceptada na BR-262, região do Indubrasil, em Campo Grande (Foto: Geisy Garnes)

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Rota do tráfico

A droga apreendida, segundo a polícia, é de uma qualidade conhecida no tráfico como Tipo A. Isso significa que ela é mais pura, por isso tem um valor de “mercado” maior. A carga apreendida, segundo o delegado Hoffman, é milionária.

Para chegar a Campo Grande, a carga foi “espremida” na caminhonete. Roubada de Minas Gerais, a L200 foi completamente alterada para receber a maconha. Os bancos foram arrancados, as molas modificadas para levantar a carroceria, um rádio comunicador foi instalado para facilitar a comunicação entre traficante e batedor.

A única coisa que permaneceu no veículo foi o banco o motorista. O “método”, segundo o policial rodoviário federal, Thiago Cunha é conhecido como “cavalo doido”. A intenção dos traficantes é abrir espaço na caminhonete para que a maior quantidade de droga caiba. Geralmente, os motoristas desse tipo de veículo nunca param nas barreiras policiais e fogem em alta velocidade até conseguirem escapar da prisão.

Ainda conforme o policial rodoviário federal, a apreensão mostra uma rota alternativa para o tráfico diante de uma Ponta Porã cada vez mais policiada, em virtude as execuções frequentes na região. Levantamentos preliminares apontam que o município de Bela Vista, que também faz fronteira seca com o Paraguai, é a porta de entrada para boa parte da droga que passa pelas rodovias de Mato Grosso do Sul.

Nessa época do ano, as apreensões de maconha, especificamente, tendem a aumentar, já que é quando ocorre a maior colheita do entorpecente no país vizinho. Mato Grosso do Sul tem mais de 1200 quilômetros de fronteira com o Paraguai, 500 deles são delimitados apenas por uma linha imaginaria, que as vezes é marcada por um rua, como é o caso de Ponta Porã com a Linha Internacional.

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