Interceptações iniciadas em 2020 levaram Gaeco a identificar 67 integrantes de facção em MS

Operação "Sintonia", deflagrada nesta segunda-feira, cumpre ordens de prisão em 9 municípios de MS

Levada às ruas nesta segunda-feira (18), a operação “Sintonia”, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), é baseada em trabalho investigatório que foi aberto em 2020. De lá para cá, “farto conjunto de provas” foi colhido durante as investigações, como atesta a decisão judicial que mandou prender 67 investigados, ligados a máfia criminosa que age dentro e fora das cadeias.

Boa parte do rastro de ilegalidades em apuração foi detectada graças a conversas telefônicas interceptadas, apesar de os cabeças do esquema estarem presos e condenados pela Justiça.

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Veículo do Gaeco em frente a um dos locais de cumprimento de ordem judicial. (Foto: Divulgação)

O despacho que autoriza a operação, emitido pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande no dia 11 de abril, também acatou 35 ordens de busca e apreensão. As equipes estão em 9 municípios sul-mato-grossenses: Campo Grande, Dourados, Amambai, Bela Vista, Corguinho, Maracaju, Naviraí, Nova Andradina e Rochedo.

De acordo com trecho da decisão, ao qual o Primeira Página teve acesso, com as apurações feitas pelo Gaeco foi possível identificar a estrutura facção em Mato Grosso do Sul e ainda os nomes de alguns dos cabeças, que têm alto poder de influência negativa sobre os integrantes da facção.

Eles são suspeitos de integrar organização criminosa, como a lei brasileira denomina os grupos que reúnem pessoas para atos ilícitos. Os envolvidos também são apontados como autores de crimes correlatos, dentro e fora das unidades prisionais.

Na lista de agressões à lei atribuídas à facção estão o tráfico de drogas, o de armas, assaltos, explosão de caixas eletrônicos e justiçamentos por meio de execuções sumárias de desafetos ou mesmo membros que desobedeceram ao código estabelecido pela máfia.

Durante o cumprimento das ordens de prisão, de busca e de apreensão, também houve apreensão de pelo menos duas armas de fogo, conforme apurado.

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Pistola apreendida durante operação do Gaeco contra integrantes de facção criminosa. (Foto: Divulgação)

As prisões determinada a pedido do Gaeco são preventivas, ou seja, sem prazo para terminar. Há prazo, porem, para a denúncia contra os alvos, de 10 dias conforme a legislação.

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“Mesmo do interior do sistema prisional e muitas vezes já condenados por integrarem organização criminosa, mantinham-se em sintonia com faccionados em liberdade, valendo-se do uso de comunicações telefônicas, a fim de autorizar, gerenciar, coordenar e praticar supostos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo, roubo, sequestros e homicídios no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul”, explicitou nota do Gaeco sobre a operação.

A ação teve apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, por meio do Bope (Batalhão de Operações Especiais) de Batalhão de Choque, com 20 equipes, totalizando 80 policiais.