Juiz mantém presa mulher que assinou plano de voo de avião da Chapecoense

A ex-funcionária da administração de aeroportos e serviços auxiliares de navegação aérea da Bolívia, Celia Castedo Monasterio, passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (24) e continuará presa na PF (Polícia Federal) de Corumbá (MS). Foi ela que assinou o plano de voo do avião da Lamia, que caiu na Colômbia com o time da […]

A ex-funcionária da administração de aeroportos e serviços auxiliares de navegação aérea da Bolívia, Celia Castedo Monasterio, passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (24) e continuará presa na PF (Polícia Federal) de Corumbá (MS). Foi ela que assinou o plano de voo do avião da Lamia, que caiu na Colômbia com o time da Chapecoense há quase cinco anos.

Celia Castedo Monasterio, que assinou plano de voo de avião da Chapecoense que caiu, é presa em Corumbá (Foto: Arquivo/TV Morena)
Celia Castedo Monasterio, que assinou plano de voo de avião da Chapecoense que caiu (Foto: Arquivo/TV Morena)

O juiz Felipe Bittencourt Potrich, da 1ª Vara Federal de Corumbá, declarou que não tem competência para analisar uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), por isso decidiu por manter Celia na cadeia.

A defesa aguarda documentos de advogados bolivianos para entrar com um recurso junto ao STF, mas sem uma data definida.

Segundo a família, ao decretar a prisão para Celia ser extraditada, o ministro do STF Gilmar Mendes foi induzido ao erro por uma falha no sistema da Interpol, pois o mandado de prisão que ela tinha na Bolívia era por ser considerada foragida no seu país. A boliviana obteve refúgio no Brasil, mas ele venceu e, em maio deste ano, Celia se apresentou à justiça boliviana e o mandado de prisão foi revogado em Santa Cruz de la Sierra.

Só que essa suposta revogação não consta no banco de dados da Interpol, que a mantinha na lista vermelha de foragida. A família não sabe explicar como a Interpol não recebeu a revogação do pedido de prisão de Celia.

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Celia foi responsável pela análise e aprovação do plano de voo do avião que caiu perto do aeroporto internacional José Maria Cordova, na região de Medellin, na Colômbia. Ao todo, 71 pessoas morreram naquela tragédia que levava a delegação da Chapecoense e jornalistas para a final da Copa Sul-Americana.

A boliviana era especialista em segurança de voo e assinou aquele plano de voo. Na ocasião, teria deixado, de forma fraudulenta, de observar procedimentos mínimos para aprovação do plano de voo da aeronave.

Desde 2016, Celia era refugiada no Brasil e vivia em Corumbá, normalmente. Ela chegou a ter o pedido renovado. O argumento dela para buscar refúgio é que ela passou a ser perseguida na Bolívia após declarações sobre o acidente.

O plano de voo do avião da Lamia, que transportava o time da Chapecoense, mostra que o piloto decolou da Bolívia para a Colômbia sem combustível suficiente para enfrentar qualquer imprevisto.

Segundo a Polícia Federal, Celia seguirá em Corumbá, onde aguardará os trâmites legais até que seja entregue para autoridades bolivianas.