Médico de MT é preso suspeito de organizar esquema criminoso de financiamento de veículos

A investigação teve início na quinta-feira (3), em Barra do Garças, a 519 km de Cuiabá

A Polícia Federal de Barra do Garças, cumpriu neste sábado (5) em Goiânia (GO), um mandado de busca e apreensão na casa de um médico vinculado ao Programa Mais Médicos, suspeito de organizar um esquema criminoso conhecido como “Finan”.

A modalidade consiste em financiar veículos em várias prestações com o nome de outras pessoas, os chamados “laranjas”, para vendê-los futuramente a preços abaixo do mercado.

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Na casa do médico os policiais apreenderam várias chaves e documentos de veículos usados no esquema. (Foto: PF)

Durante a operação, os policiais apreenderam várias chaves e documentos de veículos usados no esquema. Também foram encontrados no local outros veículos que segundo a investigação, teriam sido adquiridos com o recursos dos golpes.

A investigação do caso teve início na quinta-feira (3), em Barra do Garças, a 519 km de Cuiabá, depois que uma mulher foi presa em flagrante pela Polícia Federal, dirigindo um veículo com documentação falsa.

O objetivo principal de quem vende o veículo Finan é obter lucro fácil e em curto prazo.

Porém, o comprador sabe que logo poderá ficar sem o veículo se este for localizado devido a uma ordem de busca e apreensão, emitida pela justiça, atendendo a uma solicitação da financeira, que é a verdadeira proprietária do veículo.

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Polícia Federal de Barra do Garças, cumpriu mandado de busca e apreensão neste sábado (5) em Goiânia (GO). (Foto: PF)

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Mário Sérgio Ribeiro de Oliveira, quem fornece o nome, geralmente em troca de uma determinada quantia em dinheiro, agindo deliberadamente como ‘laranja’, comete o crime de estelionato, já que financia um veículo sem a intenção de pagá-lo. “Ou seja, obtém vantagem ilícita, em prejuízo alheio, ao induzir a instituição credora em erro”, explica.

Ribeiro explica que o mesmo ocorre com o intermediário, que no caso da investigação foi a pessoa que sofreu a busca e que vendeu o veículo Finan com documento falso, para a mulher presa em Barra do Garças.

O delegado acrescenta ainda que além de cometer o crime de estelionato, o autor do crime também pode ser autuado pela prática de receptação qualificada, caso oculte, tenha em depósito ou exponha à venda, no exercício de atividade comercial, mesmo em residência, coisa que sabe ser produto de crime (veículo Finan, fruto do crime de estelionato).

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Também foram encontrados no local outros veículos que teriam sido adquiridos com o recursos dos golpes. (Foto: PF)

O inquérito policial segue em sigilo e deve ser concluído no prazo de 15 dias. Se condenados, os envolvidos poderão pegar até 19 anos de prisão, considerando as penas máximas dos crimes de falsificação de documento

Investigação contra médico teve início na quinta-feira (3)

Quando abordada pelos policiais, a mulher de Barra do Garças, que não teve o nome divulgado, apresentou à autoridade federal de trânsito um CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo) falso que estava sendo utilizado para “esquentar” o veículo FINAN, fazendo-o aparentar legalidade, quando na verdade havia uma ordem judicial de busca e apreensão em desfavor dele.

Devido a isso, ela foi presa em flagrante delito por uso de documento público falso. Os policiais federais analisaram os materiais aprendidos e descobriram que um médico oferecia mais veículos a ela e que o esquema era maior. Rapidamente foi representado à justiça para a busca e apreensão na residência do médico em Goiânia.

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