Não há suspeita sobre servidores de MS, confirma Detran sobre fraude em apuração pela Polícia Federal

No país, 95 servidores são suspeitos de envolvimento em ação que teriam movimentado R$ 500 mil em espécie

Com envolvimento de servidores do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de São Paulo, do Tocantins e de Minas Gerais, em esquema responsável por clonar cerca de 10 mil veículos, 3,3 mil do Exército, os órgãos do três Estados abrirão processo administrativo para analisar o comportamento de cada funcionário suspeito.

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Um dos veículos de luxo apreendidos em 11 Estados, nesta quinta-feira (Foto: Divulgação/PRF)

Em Mato Grosso do Sul, apesar do cumprimento de mandados de busca e apreensão, na manhã desta quinta-feira (24), e apreensão de veículos de luxo, nenhum servidor é investigado.  

“A operação em questão trata do Detran de outros Estados, sem envolvimento de servidores do Mato Grosso do Sul”, afirmou o órgão local, descartando qualquer apuração por aqui.

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De acordo com a Polícia Federal, entre os 95 servidores afastados de seus cargos, há indícios de grupos que participaram de até 100 fraudes. Uma única pessoa teria participação em pelo menos 60 ações.  

Quanto as empresas, uma única empresa seria responsável por 20% dos tramites ilícitos.  

Como a organização criminosa agia 

Conforme explicou o delegado Elmer Coelho Vicenzi, em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta, todo veículo, quando sai da fábrica, recebe uma numeração: o chassi. Esse chassi entra no banco de dados do Renavam, numa parte chamada pré-cadastro, portanto, quando é vendido para o Exército ou alguma empresa que não emplaca, ele não dá continuidade no sistema do Renavam, não é feito cadastro.

Os criminosos utilizam essa brecha para obter os chassis que não serão emplacados e passam a usar para emplacar carros roubados ou de “papel”.

Além de veículos, operação apreendeu dinheiro em espécie com pessoas investigadas (Foto: Divulgação/PF)
Além de veículos, operação apreendeu dinheiro em espécie com pessoas investigadas (Foto: Divulgação/PF)

Durante as investigações, as forças policiais descobriram que uma das principais mineradoras do país, a Vale, havia sido prejudicada pela quadrilha. “Identificamos cinco veículos da empresa, grandes caminhões, cada veículo avaliado em 500 mil, que não foram emplacados. Quando a Vale foi emplacar em outra atividade, descobriu que havia sido emplacado fraudulenta”, explicou. 

Operação Fiat Lux 

Quadrilha responsável por clonar mais de 3,3 mil viaturas do Exército Brasileiro é alvo da Polícia Federal e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Mato Grosso do Sul e outros 10 estados nesta quinta-feira (24). Em Campo Grande, um dos endereços visitados pelas equipes na operação denomina Fiat Lux, fica na Avenida Ana Rosa Castilho Ocampo. O Dhama, residencial de luxo, também recebeu equipes da PF.  

O grupo começou a ser investigado no fim de 2020, após a polícia descobrir a clonagem de viaturas do exército. Os números dos chassis dos veículos oficiais eram utilizados ilegalmente para obter documentos legítimos e assim legalizar carros roubados e furtados. Isso só era possível porque servidores do Detran e de despachantes integravam a quadrilha.

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