Preso em Várzea Grande oferecia R$ 10 mil, carro e armas para quem matasse rivais em MT
As investigações revelaram que o líder do esquema, preso na Cadeia Pública de Várzea Grande, oferecia R$ 10 mil, um carro e armas para quem se dispusesse a cometer os crimes.
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta segunda-feira (31), a Operação Tabuleiro Quebrado, que desarticulou um esquema de uma facção criminosa que planejava a execução de membros de um grupo rival.
O que chamou a atenção dos investigadores foi a “ajuda de custo” oferecida aos executores: R$ 10 mil, um carro e armas de fogo.

As investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO/Draco) revelaram que um dos líderes do esquema, conhecido como “Chapeleiro Primeirão”, comandava as ações de dentro da Cadeia Pública de Várzea Grande.
Ele era responsável por recrutar os executores e oferecer a recompensa em dinheiro, carro e armas.
Um dos alvos da operação era um ex-integrante da facção rival, que estava morando na Bolívia e se dizia descontente com o grupo.
Ele foi aliciado para atuar na execução de seus ex-comparsas, o que demonstra a ousadia e a crueldade do plano.
Conversas interceptadas
As conversas interceptadas pela polícia revelaram a determinação da facção em eliminar seus rivais. Em uma das mensagens, eles afirmavam que “não seria dado um centímetro de espaço” para o grupo rival e que “para cada inocente que estão matando, iremos matar 10 deles“.
As provas foram obtidas através de conversas interceptadas em redes sociais, onde os investigados discutiam planos para expandir seu domínio no estado.
Nas conversas, os criminosos mencionavam a necessidade de montar um “tabuleiro”, termo usado para definir os integrantes que atuariam como “disciplina” da facção, ou seja, os responsáveis por executar as ordens do grupo.
“Padrinho” e disputa por território
“Chapeleiro Primeirão” se autodenominava “padrinho” de 48 membros da facção e discutia com outros integrantes sobre a tomada de territórios, a “caguetagem” (denúncia) e a perda de armas.
As conversas revelaram a hierarquia e a organização da facção, que tinha como objetivo principal eliminar o grupo rival e dominar o crime em Mato Grosso.
A ação faz parte do programa Tolerância Zero, do Governo do Estado, e visa combater a atuação de facções criminosas em Mato Grosso.
Foram cumpridos 5 mandados de prisão preventiva e 2 de busca e apreensão em Cuiabá, Várzea Grande, outras cidades de Mato Grosso e Santa Catarina.