Quem é Florêncio Geremias, mais conhecido como "Sniper Pantaneiro"
Preso por atirar a esmo em carros que passavam em rodovia, ele tem histórico policial há três décadas.
Há mais de 30 anos, Florêncio Geremias, de 59 anos, é um problema para a segurança da comunidade em Mato Grosso do Sul. Nesta semana, ele foi preso por cometer crimes que surpreendem pela banalidade da violência: atirava a esmo em carros que passavam na rodovia BR-262, em Miranda, município na região do Pantanal. Por esse motivo, foi apelidado de “Sniper Pantaneiro”.
Dez anos atrás, chegou a ser investigado por matar gente dessa forma, sem terem sido encontradas provas suficientes. Essa situação pode mudar agora, com as novas investigações.
Essa reportagem não mostra o rosto dele, porque nenhuma imagem foi divulgada. A Polícia Civil divulgou uma imagem borrada, em cumprimento a lei do abuso de autoridade.

Florêncio cometia os ataques com uma arma de pressão adaptada para disparos de calibre 22, ou lançava pedras com um estilingue.
Também ameaçava funcionários de um posto de gasolina localizado na rodovia. Nem as equipes policiais escapavam de seu comportamento irascível, como provam registros de ameaças a agentes públicos responsáveis por ocorrências envolvendo o homem.
Em abril do ano passado, por exemplo, foi à casa de um policial militar para proferir ameaças, depois de ser preso em flagrante, gerando ação ainda em andamento.
O acompanhamento judicial mostra que os policiais sequer conseguiram intimar Florêncio Geremias em novembro do ano passado. Primeiro, ele não foi localizado. Depois, quando foi achado, se recusou a assinar o documento, de forma agressiva, como relatado pela equipe.
Ficha suja
A investigação do Primeira Página identificou que o primeiro “b.o” foi em 1991, quando Florêncio ainda não tinha 30 anos, e foi acusado de roubo.
Depois disso, a ficha policial é extensa – de ameaças a pessoas, resistência a abordagens policiais até suspeitas de tentativas de assassinato e homicídios consumados. Os ataques a tiros e pedras estão nesse amontoado. São mais de duas dezenas de registros só no sistema da Justiça de Mato Grosso do Sul.
De 2005 a 2016, Florêncio cumpriu pena no presídio de segurança máxima da saída para Três Lagoas em Campo Grande.
Em 2012, foi investigado por uma morte em situação parecida ao motivo pelo qual foi para a cadeia, ou seja, a vítima recebeu um tiro quando transitava de carro.
Na época, acabou absolvido por falta de provas. Agora, o delegado responsável pelas investigações, Pedro Cunha Pillar, pretende pedir o desarquivamento desses autos, diante das provas coletadas.
Na casa de Florêncio, um barraco à margem da estrada federal, foram encontrados uma espingarda de pressão modificada para realizar disparos de arma de fogo, munições de uso permitido e restrito e um estilingue com pedras.

“O suspeito, que já respondeu por pelo menos dois homicídios, se escondia na mata nas margens da BR-262, e atirava com uma espingarda de pressão modificada para calibre 22, em veículos que transitavam na rodovia”, explica a nota à imprensa divulgada sobre o caso.
Vídeo gravado em dezembro tornado público mostrou a perspectiva de dentro de um veículo atingido por tiros disparados pelo “sniper pantaneiro”.
Veja o vídeo aqui:
Quem é?
Nas peças processuais sobre Florêncio Geremias, ele é descrito como trabalhador rural ou pescador. Nasceu em Macaubal, cidade da região de Grande Rio Preto, no interior de São Paulo, no ano de 1962.
Seu histórico diante da Justiça indica que vive há muitos anos em Mato Grosso do Sul. Além de Miranda, há registros policiais também em Corumbá.
Para a Polícia Civil, é um indivíduo com “habilidade e expertise” com armas de fogo.
Preso preventivamente por tentativa de homicídio, Florêncio Gerêmias segue na Delegacia de Polícia Civil de Miranda, conforme apurado.
Reforçando que essa reportagem não mostra o rosto dele, porque nenhuma imagem foi divulgada. A Polícia Civil divulgou uma imagem borrada, em cumprimento a lei do abuso de autoridade. Nas ações consultadas, não foi localizada a defesa do investigado.
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