"Sintonia dos Gravatas": operação contra grupo de advogados tem "Dia D"

É que, passados 10 dias úteis das prisões, vence o prazo de lei para a apresentação da denúncia à Justiça contra os profissionais suspeitos de fazer parte da chamada “Sintonia dos Gravatas”

Esta sexta-feira (8) é dia decisivo para os responsáveis pela operação “Courrier”, que investiga o envolvimento de advogados com a facção criminosa dominante nos presídios de Mato Grosso do Sul. É que, passados 10 dias úteis das prisões efetuadas em 25 de março, também uma sexta-feira, vence o prazo de lei para a apresentação da denúncia à Justiça contra os profissionais suspeitos de fazer parte da chamada “Sintonia dos Gravatas”.

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Equipes do Garras em frente a casa de um dos alvos (Foto: Osvaldo Nóbrega)

O Primeira Página apurou que, até quinta-feira (7), os investigados ainda estavam prestando depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado). O braço do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) contra as organizações criminosas, como define a legislação, também correu contra o tempo desde a deflagração da “Courrier”, para analisar tudo o que foi apreendido, entre anotações, documentos, arquivos de computador e conteúdo extraídos de celulares.

Quatro advogados de Mato Grosso do Sul estão presos em decorrência da operação, além de um analista do Judiciário estadual e um policial penal. Os servidores são acusados, entre outras ilicitudes, de violar o sigilo profissional, dando acesso aos advogados presos a informações sigilosas, que colocaram em risco a vida de autoridades do Poder Judiciário e da Polícia Civil.

Ao todo, 15 advogados estão sob suspeita. Entre servidores públicos, há mais dois policiais penais e um ex-assessor da Defensoria Pública, que foi exonerado da função.

Do lado de dentro dos presídios, chefes do grupo criminoso são alvo da apuração, por corromper os servidores e por usar serviços dos advogados de forma ilegal, até para planejar atentados a juízes e promotores de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais.

Desde o cumprimento das ordens de prisão, busca e apreensão, as defesas tentaram a liberdade dos presos, mas nenhum dos pedidos teve resposta positiva. A análise feita pelos magistrados provocados confirmou as prisões preventivas, atestando que há indícios de autoria dos crimes atribuídos às pessoas encarceradas.

Agora, a denúncia à Justiça, o Gaeco vai manifestar seu entendimento sobre quem deve ser processado, de acordo com as provas coletadas. Caberá aos juiz responsável decidir se transforma os envolvidos em réus e aí os processos passam a andar, com a instrução processual até a sentença.

Abaixo, confira a cobertura do Primeira Página, que mostra os detalhes da “Operação Courrier”.

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