"Sniper Pantaneiro": exame psiquiátrico suspende ações contra preso por atirar em carros
Florêncio Geremias, preso no mês passado, já havia sido absolvido de um homicídio por ser diagnosticado com esquizofrenia paranóide
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul apresentou à Justiça pedido para que Florêncio Geremias, de 59 anos, seja considerado inimputável por ser doente psiquiátrico. Apelidado de “Sniper Pantaneiro”, ele está preso desde fevereiro deste ano, quando a Polícia Civil em Miranda, cidade a 200 km de Campo Grande, fez operação para cumprir mandado de prisão e apreender na casa dele armamentos que eram usados para ataques a pessoas que passavam à margem da BR-262.
Por causa do pedido, duas ações penais que correm contra Geremias, relacionadas a essa investigação, vão ficar paradas até a perícia indicar se ele tem capacidade mental ou não para responder pelos ilícitos. A perícia não foi marcada ainda.

Absolvição de assassinato
Não é a primeira vez que é feita essa alegação à Justiça. Em 2003, Geremias foi absolvido de um crime brutal, o assassinato de um homem a golpes de machete, espécie de facão que corta dos dois lados da lâmina.
Nesse processo, a perícia indicou que o réu tinha esquizofrenia paranóide. O juiz, então, aplicou medida de segurança, com a internação por prazo de 3 anos ou o tempo suficiente para cessar o risco apresentado à sociedade.
Não foi possível identificar como o homem considerado perigoso pela sociedade, por não ter controle de seus atos, acabou sendo colocado em liberdade.
Fato é que, conforme as apurações feitas pelos policiais de Miranda, Florencio Geremias era bastante conhecido por provocar confusões, inclusive agredindo verbalmente as equipes policiais chamadas para atender ocorrências nas quais estava envolvido.
Um dos comportamentos atribuídos a ele era o de atirar nas pessoas passando nas rodovias, usando uma espingarda de pressão modificada para disparar tiros de calibre 22 e, ainda, um estilingue para atirar pedras. Uma situação desse tipo chegou a ser filmado do prisma do veículo atacado, em dezembro de 2021.
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A partir desse caso, a investigação descobriu que Florêncio havia modificado uma espingarda de pressão para uso do calibre 22. Foi solicitada ordem de prisão e apreensão, cumprida no começo de março, quando ele foi preso.
São duas ações referentes a essa apuração; uma por posse irregular de armamento, e outra pela tentativa de homicídio do motorista que teve o carro atingido no fim do ano passado.
Ambos os processos vão ficar suspensos até a realização da perícia como parte do incidente de sanidade mental.
Se o “Sniper Pantaneiro” foi considerado inimputável, a Justiça pode novamente adotar medida de segurança, com a internação. Como não existe hospital de custódia em Mato Grosso do Sul, pessoas nessa condição costumam ficar em presídios.
A saída de quem está em medida de segurança só ocorre após exame criminológico, para identificar se o indivíduo apresenta risco à sociedade se voltar à liberdade.