Suspeito de matar garagista em MS é alvo de operação contra tráfico no DF
Thiago Gabriel está preso desde 2023 na Bolívia, mas ainda assim é apontado como líder do esquema no núcleo de MS; parentes dele ajudavam nos crimes
A Polícia Civil do Distrito Federal realiza nesta sexta-feira (28) uma operação contra um grupo suspeito de tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro em vários estados brasileiros, entre eles Mato Grosso do Sul.
Aqui, o alvo da investigação é Thiago Gabriel Martins da Silva, mentor do assassinato do garagista Carlos Reis Medeiros de Jesus, o “Alma”, em novembro de 2021. Para a polícia, mesmo preso, ele contava com a família para administrar o dinheiro do tráfico.

Além de Mato Grosso do Sul, a operação, batizada de Chiusura, é realizada no Distrito Federal, em Santa Catarina, Goiás, Rio Grande do Norte e Alagoas. São cumpridos 19 mandados de prisão temporária e 80 de busca e apreensão.
Os suspeitos levavam uma vida de ostentação, com imóveis de alto padrão e veículos de luxo. Segundo as investigações, em apenas três meses, uma das contas ligadas ao grupo – que estava em nome de uma fintech (empresa do setor financeiro) sediada em São Paulo — movimentou R$ 300 milhões, todo esse, de acordo com a polícia, dinheiro obtido com o tráfico de drogas.
De acordo com a polícia, a droga que abastecia o Distrito Federal era enviada pelos suspeitos que moram em Alagoas e Mato Grosso do Sul. Nesse último, um dos chefes do núcleo é Thiago Gabriel, conhecido como “Especialista do PCC”.
Acusado de homicídio em Campo Grande, Thiago está preso na Bolívia desde 2023, quando foi capturado com granadas de uso restrito, armas de grosso calibre e 406 quilos de cocaína dentro de uma aeronave.
As investigações apontam ainda que familiares de Thiago atuam como “testas de ferro”, ou seja, são os responsáveis por receber os valores ganhos ilicitamente. Um deles, segundo as investigações, é o irmão do traficante, um suplente de vereador em Campo Grande. Ele foi preso nesta sexta-feira (28). A reportagem tenta contato com a polícia do Distrito Federal para confirmar o nome do alvo.
No Distrito Federal, os suspeitos movimentavam valores do tráfico em contas bancárias em nome de duas empresas, uma de transporte e outra de auto peças.
A morte de Alma
Carlos Reis, o Alma, desapareceu no dia 30 de novembro de 2021. Todo o crime teria sido planejado por Thiago Gabriel, dono de um ferro-velho e pessoa com quem Carlos mantinha “negócios”.
Apesar de se apresentar como empresário, o garagista também era agiota e havia emprestado dinheiro a Thiago. Conforme a Polícia Civil, a investigação apontou que o crime foi motivado por vingança e “acerto de contas”.