BR-262 e BR-267 em MS estão mais perto da duplicação e do pedágio
União delegou ao governo de MS a administração e exploração dos trechos entre Campo Grande e Três Lagoas e entre Nova Alvorada do Sul e Bataguassu
Mais um passo foi dado para a concessão da Rota da Celulose à iniciativa privada. A União delegou ao governo de Mato Grosso do Sul a administração e exploração dos trechos da BR-262 entre Campo Grande e Três Lagoas e da BR-267 entre Nova Alvorada do Sul e Bataguassu. O extrato do convênio entre Ministério dos Transportes / DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e Seilog (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística) / Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (12).

A delegação permite a exploração da BR-262, no trecho entre a divisa de Mato Grosso do Sul com São Paulo, a partir da ponte sobre o rio Paraná, até o encontro com a BR-163, em Campo Grande – 328,2 quilômetros de extensão. Já o segmento delegado da BR-267 parte da divisa Mato Grosso do Sul-São Paulo, no início da travessia do rio Paraná, até o encontro com a BR-163, em Nova Alvorada do Sul – 248,1 quilômetros de extensão. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) permanecerá com suas competências nessas rodovias.
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Com a delegação, a BR-262 e a BR-267 serão concedidas à iniciativa privada com: MS-040, entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo; MS-338, entre Santa Rita do Pardo e entroncamento da MS-395; e MS-395, entre o entroncamento da MS-338 e Bataguassu.
Todo esse pacote de concessão, com prazo de 30 anos, foi denominado Rota da Celulose, com extensão total de 870,4 quilômetros. O projeto é destinado à adequação de capacidade, reabilitação, operação, manutenção e conservação dessas rodovias. A estimativa de investimento é de R$ 8,8 bilhões.
O edital da Rota da Celulose deve sair ainda em setembro e o leilão tem data marcada: 12 de dezembro de 2024. O prazo acordado pelo convênio de delegação só terá início a partir da assinatura do contrato entre o governo de Mato Grosso do Sul e a futura concessionária de todo o sistema de rodovias.

Os estudos de viabilidade contratados pelo EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas) do governo do estado apontam que serão implantados, na Rota da Celulose, 115 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 251 km de terceiras faixas, 12 km de via marginal e 82 dispositivos em nível.
A concessão também inclui a prestação de serviços aos usuários por meio de 49 veículos operacionais, entre eles ambulâncias, socorro mecânico, guinchos, combate a incêndios, desobstrução de pistas e inspeção para controle do tráfego, apreensão de animais silvestres e Postos de Atendimento ao Usuário.

Duplicação da BR-262
Conforme os estudos técnicos do projeto, a BR-262 terá pista dupla em sua totalidade entre Campo Grande (intersecção com a BR-163) e Ribas do Rio Pardo (acesso à Suzano Celulose).

Dos 101,73 quilômetros, a maior parte terá duplicação com canteiro central. Só os 22 quilômetros dentro da capital sul-mato-grossense (antes do cruzamento com a linha férrea) terão duplicação com barreiras de concreto New Jersey.
Ribas do Rio Pardo terá 12,165 quilômetros de contorno rodoviário duplicado, para desviar o trânsito de veículos pesados de dentro da área urbana.

Os outros 69% da BR-262 – 226,47 quilômetros entre Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas – receberão 57,57 km de terceira faixa e 21,98 km de acostamentos.
Duplicação da BR-267
Com total de 248,1 quilômetros, o trecho da BR-267 entre a divisa SP-MS e Nova Alvorada do Sul terá apenas 13,5 km de duplicação, em Bataguassu.
Há previsão de implantação de 73,58 km de terceira faixa no restante da rodovia que continuará com pista simples.
MS-040, MS-338 e MS-395
As outras três rodovias que integram a Rota da Celulose – ligação diagonal de 294,1 quilômetros entre Campo Grande e Bataguassu passando por Santa Rita do Pardo – não terão duplicação.

Porém, receberão outros investimentos:
Acostamentos
- 327 km na MS-040;
- 103,62 km na MS-338;
- 2,68 km na MS-395.
Terceira faixa
- 103,78 km na MS-040;
- 14,13 km na MS-338;
- 800 m na MS-395.
Edificações e dispositivos
- 4 postos do Serviço de Atendimento ao Usuário;
- 2 postos da Polícia Militar Rodoviária;
- 1 Posto de Parada e Descanso.
- Viaduto no entroncamento com a BR-163, em Campo Grande.
Pedágio
Para a concessão da Rota da Celulose, deverão ser instalados 14 pórticos de pedágio eletrônico (sistema free flow) em vez de praças físicas de pedágio.

A cobrança na BR-262, na BR-267, na MS-040 e na MS-338 está prevista para começar em 2026, com tarifas que variam de R$ 4,70 a R$ 15,20 no primeiro ano para automóveis (há multiplicador de tarifa conforme classe do veículo). Veja a tabela básica abaixo:

No sistema de pedágio eletrônico, a tarifa poderá ser paga de duas formas:
- Leitura de etiqueta eletrônica (Tag): o usuário-consumidor poderá adquirir a etiqueta eletrônica para pagamento da tarifa de pedágio com possibilidade de desconto gradual de acordo com a frequência do uso;
- Leitura da placa do veículo: após passar pelo pórtico, o usuário-consumidor deverá procurar a concessionária, em até 15 dias, pelos canais de atendimento, para efetuar o pagamento da tarifa de pedágio de modo a não configurar evasão de pedágio.