Ninguém vai te salvar dos ETs

Filme de extraterrestres é como uma viagem de montanha russa em alta velocidade e cheia de sustos até desacelerar em final que faz o cérebro funcionar para entender o que aconteceu

Há duas semanas, um fato tomou conta do noticiário.

O ufólogo e jornalista Jaime Maussan levou à uma sessão da Câmara dos Deputados do México dois corpos mumificados.

ninguem vai te salvar
Ninguém vai te salvar está disponível no Star+ (Foto: Divulgação)

Segundo ele, ambos foram encontrados no Peru e teriam entre 700 e mil anos de idade.

Dizer se é verdade ou não é uma dúvida que permeia a humanidade há mais tempo que a suposta idade dos etezinhos peruanos.

Este é, sem dúvida, um dos grandes mistérios da humanidade. Existe vida extraterrena?

Seremos, um dia, invadidos e dominados por seres cabeçudos de olhos gigantes, boca pequena e pernas e braços longos e finos?

Encantamento de uns e terror de outros, os seres de outro planeta fazem parte do imaginário de Hollywood há tempos.

E trazem desde um fofinho E.T. – O Extraterrestre, de Steven Spielberg, até o suspense psicológico Sinais, de M. Night Shyamalan.

De vez em quando, aparecem filmes interessantíssimos sobre o tema.

Contatos de 4° grau, de 2009, traz a experiência assustadora de pacientes abduzidos durante sessões de terapia.

No início do ano, Jordan Peele abusou das unhas roídas com Não! Não Olhe!

E agora, o canal de streaming Star + coloca em seu catálogo uma grata surpresa.

Ninguém Vai Te Salvar é um filme quase sem diálogos. Mas longe, muito longe de ser monótono. Pelo contrário, é só tensão, ação e sustos. Sem parar.

Brynn (Kaitlyn Dever) é uma jovem estranha. Mora sozinha num casarão numa cidadezinha norte-americana.

Ela tem um grande segredo que envolve a melhor amiga, com quem se comunica através de muitas cartas.

A vida tranquila começa a mudar quando ela descobre um círculo estranho em seu jardim. Apenas uma faixa circular da grama ficou seca da noite pro dia.

Mas como disse, o diretor Brian Duffield não perde tempo com enrolações e logo ela já está no topo da escada tentando descobrir de onde vêm os barulhos em sua varanda.

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O bicho começa a pegar.

A fuga da garota indefesa contra um ser gigante e rápido é de tirar o fôlego.

Ao ver que só fugir não adiantaria, ela se vira com o que tem e passa a brigar com os Ets. Sim. Os. No plural.

A cidade está tomada de alienígenas.

Alguns moradores, literalmente, possuídos por eles.

O filme, então, tem ação, tem suspense, tem terror e tem drama.

Brynn sempre buscou aceitação. Depois de perder a mãe e a melhor amiga, virou uma pária da cidade.
É triste ver como ela cumprimenta os conterrâneos e recebe desprezo de volta.

Quando encontra os pais da melhor amiga, em mais uma cena sem diálogos, a reação da mulher acerta a nossa cara em cheio.

Eu vi muitas críticas positivas.

Uma delas é indiscutível. Stephen King, o mestre do terror, escreveu no X (o antigo Twiter):

“Ninguém Vai te Salvar é brilhante, ousado, envolvente e assustador. Você vai ter que voltar 60 anos, para um episódio de Além da Imaginação chamado “Os Invasores”, para encontrar algo remotamente parecido com este filme. Verdadeiramente único”.

O Rotten Tomatoes dá 81% de avaliações positivas dos críticos. Porém, apenas 59%, do púbico.

Diferença, talvez, pelo final.

Calma. Não vou contar.

Mas é um desses finais para se pensar.

O diretor não descreve com clareza o que aconteceu.

Então, precisa ligar os pontos. Respirar. Dar uma pausa no ritmo frenético das perseguições, fugas, mortes e lembrar o que aconteceu.

Depois disso, é possível ter uma teoria.

Eu tenho a minha. Tem muito a ver com o que eu penso que sejam os extraterrestres.
E não ficou longe do que acabei lendo na internet.

Sim! Não se desespere. Curta o filme. Se não entender o final ou não conseguir elaborar uma tese, a internet tem sites que explicam o final.

Só não vale ler antes. Isso vai tirar todo o charme da obra.

Ninguém Vai Te Salvar é como uma viagem de montanha russa. Ela te leva numa velocidade incrível até que para, de repente.

E você, com o estômago revirado e adrenalina lá no alto, desacelera de repente.

Uma viagem.

Que não precisa ser até o México ou Peru para se assustar com alienígenas.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Toda Sexta é 13, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.