Shaitaan é filme de invasão de casa diferente

Sucesso indiano no streaming, obra mostra família refém da feitiçaria

A música de abertura dita o ritmo do que vem pela frente. As batidas fortes deixam claro que você vai passar por momentos tensos.

Ainda mais se for pai ou mãe.

Triler de Shaitaan Vídeo: Reprodução/Netflix)

Shaitaan, disponível na Netflix, é um filme de invasão de casas diferente.  Geralmente, nesse subgênero, bandidos usam toda a criatividade e violência para entrar nas residências, seja por pura maldade ou em busca de algum bem material.

  • Os Estranhos (2008) e Hush (2016) estão entre os mais lembrados.
  • O Homem nas Trevas (2016) e Nós (2019), entre os mais inovadores.

A obra indiana narra a viagem de uma rica família formada por pai (Kabeer), mãe (Jyoti), filha (Janvi) e filho (Dhruv) até uma casa de campo.

No meio do caminho de uma viagem recheada de amor e brincadeiras do quarteto, eles param para comer num restaurante de beira de estrada.

Um estranho, Madhavan, oferece ajuda quando Kabeer não consegue comprar chá para a família. O caixa só aceita dinheiro e não tem trocado para as cédulas de alto valor carregadas pelo patriarca.

O invasor, de capuz, vai atormentar os pais da adolescente Janvi: ele quer permissão para leva-la embora de casa
O invasor, de capuz, vai atormentar os pais da adolescente Janvi: ele quer permissão para leva-la embora de casa (Foto: Reprodução/Netflix)

Simpático, bonito, bem-vestido e solidário, Madhavan compra o produto e leva até o quarteto.

Como gratidão, é convidado a se unir ao grupo durante a refeição.

No meio do papo, ele oferece uma guloseima a Janvi. A adolescente é mais rápida que o irmão e devora o quitute.

Pena.

Entre os ingredientes, um feitiço poderoso.

Que transforma a menina em uma marionete comandada apenas por Madhavan.

Na mesa, ele já começa a demonstrar seu poder sobre ela.

E a despedida, que seria um adeus para a família, se transforma num até breve.

O homem aparece na casa.

E não tem dificuldade alguma em se estabelecer no local.

A cena em que coloca as botas sujas sobre a mesa de centro da sala deixa claro que, agora, é ele quem manda.

Os pais ficam reféns dentro da própria casa.

Madhavan não usa arma, não precisa ser violento.

Ele tem o domínio sobre a maior fragilidade de Kabeer e Jyoti.

Tudo o que pedi, Janvi faz sem pestanejar.

E o que ele mais quer é justamente a menina.

Mas é preciso que os pais a cedem e digam em alto e bom som que ele pode levar a filha.

Kabeer, o pai, olha incrédulo para a situação: a filha, enfeitiçada, virou marionete nas mãos de um invasor
Kabeer, o pai, olha incrédulo para a situação: a filha, enfeitiçada, virou marionete nas mãos de um invasor (Foto: Reprodução/Netflix)

Impossível não estremecer da ponta do pé ao alto da cabeça com essa possibilidade.

Quem, em sã consciência, vai permitir que um invasor leve algum de seus filhos?

— Vocês vão concordar. É só uma questão de tempo – diz Madhavan com uma confiança incrível.

As situações criadas elevam o desespero.

Tudo o que é possível pensar para enganar o desgraçado é feito e não surte efeito.

Janvi não é mais ligada à família.

Ela já pertence a ele. Um cão de guarda disposto a tudo para proteger seu dono.

E tudo é tudo mesmo.

Até matar quem, poucas horas antes, era seu mundo.

O elenco afiado, convincente, ajuda demais a criar a atmosfera de medo constante.

Ter alguém que você nunca viu dentro da tua casa dando ordens, fazendo o que quer e machucando as pessoas que você ama é algo extremamente assustador.

Como pai de uma menina, não consigo imaginar o tamanho do sofrimento em ver minha filha totalmente à mercê de um homem que se considera um demônio.

Prestes a executar um ritual maligno para dominar as pessoas apenas com o olhar.

Shaitaan nos faz refletir sobre como devemos redobrar os cuidados.

A maldade está sempre louca para entrar em nossas casas.

Destruir nossa felicidade.

Acabar com nossa paz.

Madhavan destrói a família durante todo o tempo em que fica na casa.

Sempre calmo. Sempre confiante.

O oposto de Kabeer.

O chefe da família luta muito, mas chega ao limite.

Pelo menos, por um momento.

Afinal, quem disse que amor de pai tem limites?

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Toda Sexta é 13, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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